Eu assumo que nunca pensei em escrever algo mais pessoal, pra mim era mais simples chegar aqui e falar de assuntos técnicos do que isso, mas graças a Kelly (uma amiga, e desenvolvedora fenomenal que conheci durante o bootcamp), decidi que valia o desafio.
Vale ressaltar que aqui as opiniões são totalmente baseadas na minha vivência e podem variar, de garota pra garota. Mas vamos lá.
Antes de começar a falar, acho bom explicar do que se trata a Laboratória. Em um resumo curto, é um bootcamp focado na introdução de mulheres para o mercado de desenvolvimento front-end, e você consegue encontrar mais informações sobre ela aqui.
Agora continuando com o texto, acho válido ressaltar uma frase que a Lab sempre nos diz desde a pré admissão, “As vezes esse não é o seu momento certo de estar aqui”, e assumo as vezes pode parecer meio cruel, já que sem dúvidas da primeira vez que ouvi eu achei que era demais.
Até eu passar pelo bootcamp e entender o que elas estavam falando.
A primeira vez que eu me inscrevi para a Laboratória, era 2018, e eu mal passei da primeira fase. Na época eu fiquei muito triste com isso, achei que era insuficiente para a área e definitivamente não estudei códigos por um longo tempo.
No entanto, agora, anos depois eu entendo que definitivamente, aquela não era minha hora.
Naquele ano estava com muitas coisas rolando ao mesmo tempo na minha cabeça, eu era imatura demais e principalmente não fazia ideia do que eu buscava na Lab efetivamente. Aprender a programar? Talvez, mas isso ainda não explicava o motivo de ir estudar lá durante os 6 meses.
Contudo, quando dois anos depois eu fui finalmente aceita e sem dúvidas, agora, depois de 6 meses intensos e malucos eu finalmente entendo que sim esse era meu momento certo e não 2018.
A Lab não é apenas um lugar onde você aprende a programar, isso sem dúvidas você consegue em qualquer lugar, seja em livros, vídeos ou até mesmo com threads do twitter.
Ela te ensina muito mais, com as situações que você vivencia.
Dentro do bootcamp foi onde eu me encontrei diversas vezes encarando um projeto e pensando “meu deus, eu não faço ideia do que significa uma palavra do que eles estão pedindo” e nos mesmos momentos sendo empoderada a buscar o conhecimento, enfrentar o desconhecido e sem dúvidas entender que as vezes as coisas podem dar certo, as vezes não, e tá tudo bem.
Foi onde eu entendi definitivamente o que significava trabalhos em equipe, onde algumas horas você iria amar seu grupo, outras você iria ter atrito e precisava ser capaz de simplesmente sentar, puxar todo mundo e ser capaz de colocar para fora o que estava de incomodando.
Diálogo foi algo que eu desenvolvi muito nesses meses.
E sem dúvidas, em como me virar para aprender as coisas.
O método de ensino que fomos introduzidas na Laboratória era bem diferente do que havíamos tido em outras fases da vida. Não havia um professor na frente da tela ensinando por horas a fio, apenas um problema, jedis pronto para tirar dúvidas mas a resposta final precisava vir de você.
Para mim, esse estilo deu bem certo, porque eu por natureza gosto de aprender sozinha mas para outras garotas não foi a resposta correta, e eu entendo bem elas, na situação oposta eu estaria tendo dificuldades igualmente.
Mas é aquilo, acho que no final do dia, a resposta para a questão que eu fiz no título do artigo é bem simples, SIM a Laboratória é para você. Não posso dizer que seja para agora, mas quem sabe para depois?
Programação é muito sobre desvendar o desconhecido, descobrir novos caminhos e sempre estar pronto para errar alguma hora. Para mim, se assemelha bem ao resumo da vida, não é perfeito, mas é algo interessante a se encarar.
E sem dúvidas, ela não era minha única forma de entrar no universo de desenvolvimento, e não deve ser de ninguém, ela é um meio para um destino final e para esse existem várias formas.
Se você é uma mulher e deseja embarcar nesse desafio, apenas venha, não serão dias fáceis mas prometo que depois de toda a luta você sai de tudo isso se sentindo renovada e com muito mais força do que se imaginava no começo.
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