Na terça-feira (13) é comemorado o Dia do Programador e Programadora, função que vem sendo cada vez mais demandada com a revolução digital. Segundo uma pesquisa da Brasscom, Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais, o mercado precisará de cerca de 800 mil novos talentos nas áreas de tecnologias digitais até 2025.
Dados da Mastertech, porém, apontam que as mulheres representam apenas um terço da força de trabalho no meio tecnológico. Uma pesquisa do INEP ainda demonstra que apenas 13% dos estudantes de ciência da computação são mulheres, das quais 47% acabam desistindo no meio do curso.
A lacuna de gênero em setores tecnológicos é uma realidade, mas algumas iniciativas vêm trabalhando para reduzir a disparidade e tornar o mercado de programação mais acessível para as mulheres, principalmente pretas e trans.
O Canaltech reuniu dados relevantes para montar o atual panorama do público feminino na área incluindo projetos para quem quer começar a programar, confira;
As mulheres programadoras e o público feminino de desenvolvimento de software
Panorama atual
Uma pesquisa da Revelo, empresa de recrutamento e seleção de profissionais do setor, demonstra que as mulheres representam somente 20% do mercado de tecnologia. No entanto, as profissionais vêm resistindo a essa desigualdade através de diversas iniciativas de capacitação.
A Reprograma, instituição de ensino gratuito para mulheres em programação, anunciou que mais de 17,7 mil mulheres foram impactadas pelos seus projetos entre 2016 e 2021. Destas, 1239 se tornaram alunas e 1081 mulheres se formaram programadoras. O relatório ainda aponta que a maioria está na faixa de 25 anos, sendo 9% mulheres trans (a partir de 2021) e 69% negras (a partir de 2020).
Conforme demonstram os dados da iniciativa, 80% das formadas foram empregadas em até 6 meses após a finalização do curso, permitindo que as profissionais saltassem de uma média salarial de R$ 917 para R$ 3.212. A maior porcentagem de alunas formadas está no Nordeste (56,5%), seguida pela região Sudeste (35%).
Já o projeto Cloud Girls, que capacita mulheres para o mercado de trabalho, conduziu um estudo que identificou pontos importantes para entender a jornada do público feminino para o meio tecnológico, como a migração de áreas, suas principais dificuldades e as posições ocupadas pelas profissionais atualmente.
Confira as percepções adquiridas pelo estudo, que contemplou mais de 100 mulheres, a seguir:
- As entrevistadas afirmam que empresas de tecnologia oferecem melhores ambientes de trabalho, capacitação e possibilidade de carreira;
- O volume de trabalho e rotinas fora do horário comercial, incluindo madrugadas e finais de semana é um ponto que assusta de primeira;
- Dentro da comunidade Cloud Girls, apenas 15% são diretoras CEO, CIO e CTO, enquanto 70% estão em cargos de analistas júnior, pleno, sênior, arquitetas e gerente de projetos; e os outros 15% são estudantes, estagiárias e trainees;
- A maioria chega frustrada com a tecnologia por falta de orientações sobre a jornada para se desenvolver no mercado tecnológico;
- Grande parte das mulheres migrou de áreas como Administração, Psicologia, Direito, Biblioteconomia e Geologia.
Iniciativas para reduzir a lacuna de gênero na programação
Conheça algumas das iniciativas que visam tornar o ensino tecnológico mais acessível e oferecem oportunidades para alcançar a equidade de gênero no setor, a seguir;
Reprograma
O Reprograma oferece cursos gratuitos para profissionalização de mulheres em Front-End, Back-end, Imersão JavaScript, além do programa Conectadas, que visa preparar meninas de 14 a 18 anos para o meio tecnológico.
Cloud Girls
A comunidade Cloud Girls oferece diversos eventos organizados por mulheres que voluntariamente dedicam seu tempo a apoiarem outras profissionais que estão começando na área de programação, através de webinars, encontros pessoais, entre outros eventos.
Instituto It Mídia
O Instituto It Mídia é uma outra iniciativa que visa preparar jovens de baixa renda para a área de programação. A organização sem fins lucrativos concede bolsas integrais através do programa Profissional do Futuro.
Laboratória
Já a Laboratória é um bootcamp para a formação de desenvolvedoras web exclusivo para o público feminino. O programa é voltado para a geração de empregos e permite que as interessadas realizem o curso sem custos iniciais, de maneira que o pagamento só será realizado se a estudante conseguir um emprego na área.
PretaLab
A PretaLab é uma plataforma que conecta mulheres negras a oportunidades no meio tecnológico através de seus ciclos formativos, rede de profissionais, mercado de trabalho, consultorias e estudos. A organização oferece qualificação técnica gratuita para mulheres negras, indígenas, cis e trans, de todo o Brasil.
Fonte: https://canaltech.com.br/mercado/dia-da-desenvolvedora-o-atual-panorama-e-iniciativas-para-quem-quer-comecar-225151/