Como foi minha trajetória de mudança de cidade e carreira até realizar meu grande sonho: trabalhar na área de tecnologia
Me chamo Thalita, tenho 21 anos e vou compartilhar um pouquinho da minha história desde quando morava no Rio de Janeiro até me mudar para São Paulo e começar minha carreira na Loggi. Neste texto, falo também sobre meus estudos na Laboratoria e a realização de um sonho: me tornar uma Engenheira de Software!
Desde sempre fui muito curiosa e estudiosa, um lado que sempre foi incentivado pela minha mãe e que me fez crescer considerando muitos caminhos profissionais.
Na época do Ensino Médio, apesar de não saber muito bem o que queria de fato, eu tinha em mente que queria estudar em uma universidade federal. No segundo vestibular que prestei, obtive boas notas, mas ainda estava meio perdida e insegura. Eu era voluntária em uma ONG de proteção animal e que tinha como modelo de ativismo o incentivo a uma alimentação vegetariana. Pela minha identificação com a causa, decidi cursar Nutrição na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
Logo no início da graduação em Nutrição, me identifiquei muito com o campo de pesquisa, mas estava insatisfeita com o curso. Não me imaginava na profissão, estava desempregada e comecei a pensar em formas de sair do lugar incômodo em que me encontrava. Então comecei a considerar me mudar para São Paulo.
Uma carioca em São Paulo
No começo de 2019 passei uns dias visitando São Paulo e, na época, uma conhecida que estava no time de Experiência do Cliente da Loggi comentou o quanto estava gostando do trabalho. Desde então, mesmo morando em outra cidade, passei a ficar atenta às vagas abertas.
Em junho de 2019, me inscrevi em uma vaga da Loggi e, em pouco tempo, fui chamada para entrevista. Não pensei duas vezes. Foram quatro dias seguidos de entrevista e, no último, recebi o convite para embarcar na missão de conectar o Brasil com a Loggi. Em menos de duas semanas me mudei para São Paulo para começar essa jornada.
Time de Experiência do Cliente
Trabalhando no time de Experiência do Cliente antes da pandemia por Covid-19
Entrei na Loggi e, logo na semana de Xboarding, fiquei impressionada em como a tecnologia realmente era capaz de revolucionar serviços e muito interessada em saber como tudo isso era feito através de softwares. Porém, meu foco no momento era outro. Eu era recém Logger e ainda tinha muito o que aprender no time de Experiência do Cliente (ou time de CX, como chamamos por aqui).
Sempre fui muito comunicativa e justamente por isso não foi um grande desafio me adaptar ao dia-a-dia de contato com clientes e entregadores. Inclusive, esse foi o período em que mais coloquei em prática a empatia, visto que todos os dias estava diante de problemas em tempo real que precisavam ser resolvidos de forma justa, ágil e proporcionando um atendimento #UAU. E assim eu buscava ser todos os dias, com um sorriso no rosto e carinho pelas pessoas que eu atendia.
Além disso, os dias na operação de CX eram rodeados de alto astral e nesse ambiente conheci pessoas incríveis que me inspiraram e me apoiaram desde quando falei sobre meu interesse em tecnologia até o momento em que comecei a estudar programação.
Me apaixonei por tecnologia
Como mencionei antes, foi na Loggi que comecei a me interessar por tecnologia. Antes da pandemia, mensalmente rolavam meetups de variados temas e foi em um desses encontros, onde os convidados eram um Engenheiro de Software negro e uma Engenheira de Software lésbica do Google, que comecei a enxergar a possibilidade de pertencer ao mercado de tecnologia. Percebi de maneira nítida como os aspectos sociais — por ser mulher — me distanciaram de considerar essa possibilidade de carreira anteriormente.
Outro fator que também me mostrou que eu poderia pertencer a esse espaço foi conhecer desenvolvedoras da Loggi que me contavam sobre o cotidiano dinâmico de programadores e como a área proporciona o aprendizado constante e que me mostravam de que forma as “engrenagens” da tecnologia funcionam no nosso dia-a-dia. Por meio delas, soube também de iniciativas que buscavam inserir mulheres na tecnologia — e foi assim que conheci a Laboratória.
Laboratória
A Laboratória é uma organização sem fins lucrativos destinada a construir um futuro melhor por meio da programação, oferecendo um programa de formação em desenvolvimento para mulheres e inserindo-as no mercado de tecnologia. Nele, se aprende JavaScript, HTML, CSS, UX, entre outras. Além disso, durante todo o curso há o desenvolvimento das habilidades socioemocionais e profissionais.
Quanto mais eu pesquisava mais tinha certeza de que a Laboratória era o ambiente ideal para dar o primeiro passo na minha carreira em tecnologia.
Apesar do medo, iniciei o processo seletivo, que levou cerca de três meses e contava com 4.060 mulheres inscritas para apenas 60 vagas. Para minha felicidade, em março fui aprovada!
E-mail de aprovação que recebi da Laboratória.
Apesar da alegria pela conquista, eu sabia que o desafio seria grande, pois o Bootcamp era em período integral e eu precisava conciliar com minha jornada de trabalho em CX. Então passei seis meses em uma rotina cronometrada dividida entre trabalho, meus estudos individuais e as aulas/projetos do Bootcamp.
Uma semana após ser aprovada no Bootcamp, tanto na Loggi quanto na Laboratória entramos em regime de home office devido ao rápido avanço do Coronavírus e eu precisei me adaptar ao trabalho 100% remoto e ao aprendizado de forma muito mais autônoma do que eu imaginava. No entanto, esses fatores não me impediram de seguir dando o meu melhor no trabalho e nem de me dedicar muito à oportunidade incrível de iniciar minha carreira em tecnologia.
Minha jornada na Laboratória
De início foi um desafio e tanto, pois o modelo de ensino na Laboratória não é o que estamos acostumados em escolas ou universidades. O nosso aprendizado é na prática, com projetos que exploram o que possivelmente vamos encarar no mercado de trabalho.
Desde o começo realizamos projetos de ponta a ponta: passamos pela construção da página com HTML, estilização com CSS, implementação das funcionalidades com JavaScript, testes unitários, consumo de APIs, controle de versão com Git e GitHub e muito mais.
Apesar do grande desafio que era lidar com tantas novidades, em pouco tempo fui me adaptando ao ritmo do Bootcamp e percebendo o quanto contar com a preparação das habilidades socioemocionais era fundamental nessa trajetória, pois além do conhecimento técnico, pude aprimorar minha comunicação, cultura de feedback, trabalho em equipe, organização e diversas outras habilidades fundamentais na dinâmica de trabalho de qualquer profissional.
E, claro, também ganhei de presente o convívio com mulheres incríveis e que hoje em dia são também minhas colegas de trabalho aqui na Loggi, como a Camila e a Sabrina
4ª geração de alunas da Laboratória
Formada e Desenvolvedora
Como o Bootcamp tem duração de seis meses, no segundo trimestre entramos em um momento em que conciliamos o aprendizado técnico com o contato com empresas. Conhecemos o modelo de negócio de empresas super bacanas e apresentamos alguns projetos para elas. Pra mim, esse foi um dos momentos mais marcantes do curso, pois comecei a ver como eu estava de fato cada vez mais próxima da realidade que eu desejava.
A reta final da Laboratória é um Hackathon onde empresas parceiras conhecem as alunas e, posteriormente, realizam entrevistas para a contratação. Esse momento acontece na semana que sucede o fim das aulas e foi aí que percebi como eu tinha sido bem preparada e confirmei a certeza de que a Laboratória era um ambiente transformador: recebi proposta de emprego de duas empresas e uma dessas propostas era pra fazer parte do time de Engenharia de Software da Loggi. Aceitei!
E-mail que recebi do time de Pessoas da Loggi
E agora?
Desde que aceitei o convite tem sido um processo super bacana e de comemoração pelas conquistas advindas dos esforços dos últimos meses. Fiquei super feliz em realizar meu sonho e permanecer aqui na Loggi.
Pra mim é muito simbólico continuar no lugar onde vi que a tecnologia era um caminho possível e somando na missão de conectar o Brasil, agora como Engenheira de Software.
Agora faço parte do squad de Planejamento de Malha e estou super empolgada pra seguir aprendendo e me desafiando nessa nova etapa. Com tudo isso que citei até o momento, tenho a tranquilidade de saber que me encontrei profissionalmente e que quero investir cada vez mais nessa carreira.
Tenho como plano para um futuro próximo cursar Ciência da Computação e, desde que me formei no Bootcamp, tenho pesquisado sobre Data Science, Inteligência Artificial, e lido sobre Pensamento Computacional, ficando cada vez mais empolgada com a infinidade de assuntos legais que tenho pra aprender.
Tecnologia, ferramenta de transformação
Vejo a tecnologia como uma forte ferramenta de transformação no presente e acredito que para que essa transformação tenha êxito é necessário um mercado diverso, que esteja à disposição para facilitar e melhorar o cotidiano das pessoas.
Também vejo na tecnologia uma possibilidade de mudança social e, justamente por isso, acho tão importante ter mulheres, negros, LGBTs mostrando que esse espaço também pode nos pertencer.
Minha intenção ao compartilhar minha história aqui é justamente essa: inspirar e apoiar de alguma forma outras mulheres a desbravarem essa área tão incrível.
Por fim, recomendo a todas as pessoas que se interessam por tecnologia e não sabem por onde começar, o BOOT4FREE, projeto da Natália Luiza, que é Desenvolvedora Front-End formada pela Reprograma. Ele reúne informações de bootcamps gratuitos e pode ser o seu primeiro passo nesse universo super interessante e rico chamado Tecnologia.
…
Ser parte da Loggi deve significar que você pode ser quem você é ou quer ser. Buscamos um país mais acessível. Assim, podemos afirmar que respeitar as necessidades de pessoas diferentes está na nossa razão de existir.
Quer fazer parte do time? Estamos procurando novos Loggers para nossos escritórios do Brasil e de Portugal. Conheça nossas vagas aqui.