6 dicas para construir uma liderança inclusiva

Lucile Baratier
Posted by Lucile Baratier on Apr 19, 2022 4:54:48 PM

Todos nós temos uma história para contar sobre quem nos liderou em algum momento de nossas vidas. Líderes que nos abriram portas ou com quem tivemos dificuldade em nos comunicar e nos sentir valorizados. O impacto dessas experiências em nossas representações do mundo do trabalho e no nosso próprio crescimento, são cruciais. Essas figuras de liderança, a maneira como interagem com os outros, como enfrentam problemas e reconhecem conquistas, são algumas das diversas variáveis ​​que impactam nosso cotidiano e nossas aspirações de trabalho e de vida.

Nessa linha, quem ocupa cargos de liderança não pode deixar de sentir a importante responsabilidade de garantir o bem-estar das pessoas e facilitar seu crescimento.

Neste mês de comemoração das lutas históricas das mulheres pela igualdade de direitos e condições, em nome da Laboratória, queremos falar com as lideranças das organizações e convidá-las a se questionarem: O que fiz para garantir que as mulheres que lidero ou liderei se sentissem valorizadas e tivessem as ferramentas e/ou espaço necessários para crescer?

Hoje sabemos que há uma diferença na inserção de gênero feminino no mundo corporativo. Na América Latina, 76% dos homens estão na força de trabalho, mas apenas 52% das mulheres estão inseridas, segundo dados da ONU de 2020. Quando as mulheres trabalham no mercado formal, há disparidades salariais significativas e falta de representatividade feminina nas posições de liderança. Ao reconhecer essa realidade a partir de nossos papéis de liderança, nos abrimos para a possibilidade de desencadear reflexões profundas que permitirão uma contribuição real para a construção de organizações e sociedades mais inclusivas.

Para isso, a primeira coisa é entender que garantir a inclusão por meio da liderança não se limita a aumentar a proporção de mulheres ou qualquer outro tipo de diversidade em uma equipe, é um processo com maior abrangência do que representatividade. A inclusão implica fazer com que cada uma das pessoas se sinta respeitada e valorizada pelo que é na organização. A inclusão é o que libera o poder da diversidade, garantindo que diferentes perspectivas sejam levadas em consideração. Funciona desde as menores interações até a forma como tomamos decisões estratégicas para o futuro da organização.

Neste artigo, quero compartilhar 6 práticas que adotamos ao longo de nossas leituras e experiências na Laboratória e que são fundamentais para nos tornarmos líderes mais inclusivos:

Dica 1: Comece reconhecendo e aceitando seus próprios elementos de diversidade

Pergunte a si mesmo, o que eu trago para a equipe? O que é que me torna único? Quais foram minhas vivências e experiências? Quem sou eu e quem eu não quero ser? Estas são algumas das perguntas importantes  que o ajudarão a compreender a importância de ser uma pessoa genuína e autêntica na sua organização. Além disso, vai te deixar mais consciente das coisas que você não traz e dos perfis que vão te complementar e te ajudar a ter diferentes perspectivas.

 

Dica 2: Seja curioso sobre as pessoas, suas histórias, interesses, objetivos e aspirações

Aproveite o tempo para conhecer cada pessoa em sua equipe em um nível mais pessoal (sem ser invasivo). Isso o ajudará a gerar empatia, entendê-los de maneira mais profunda, conhecer seus pontos fortes e entender os obstáculos e barreiras que estão enfrentando em um nível mais individual. Você poderá acompanhá-los melhor no alcance de seus objetivos e no desenvolvimento de uma carreira na organização. Os encontros semanais 1:1 são uma ótima maneira de se conhecer em um nível mais pessoal.

 

Dica 3: Reconheça suas próprias limitações e preconceitos inconscientes

Os preconceitos inconscientes estão em todos. São atalhos mentais que nos permitem simplificar demais as informações por meio de imagens ou visões estereotipadas que aprendemos ao longo de nossas vidas. Eles são baseados em preconceitos e ideias, e é por isso que muitas vezes nos fazem perder a objetividade.

Como ninguém está livre de cair nessas armadilhas, cabe aos líderes combatê-las em nível pessoal e organizacional. Enfrentá-los requer ser humilde, desaprender muitos conceitos e reaprender continuamente. Significa aceitar nossos erros, estar ciente de nossos pontos cegos e do sistema, saber ser vulnerável e questionar constantemente o status quo para garantir que todos tenham uma chance.

 

Dica 4: Construa com outras pessoas

Incorpore e promova o trabalho colaborativo em todas as suas interações. Ao reconhecer suas próprias limitações e preconceitos, fale menos e ouça mais. Seu papel é fornecer o contexto necessário para que as pessoas possam apresentar suas ideias, expressar seus pontos de vista e propor soluções. Isso permitirá que você construa em conjunto as melhores soluções. Faça muitas perguntas, ouça e encoraje as pessoas a desenvolver seus pensamentos e ideias. Documente-as para dar o melhor acompanhamento possível. Busque gerar espaços 1:1 onde se constrói a confiança necessária com você e projete espaços de grupo com base nas necessidades da equipe.

 

Dica 5: Amplie as boas práticas

Toda vez que você identificar uma boa prática em torno da criação de uma cultura de inclusão em sua organização – por exemplo: criação de redes de apoio entre mulheres, iniciativas para desenvolver habilidades de liderança, etc. - reconheça os colaboradores que os conduziram e lhes deram vida.

Isso mostra que você é sensível ao fato de que cada pessoa faz parte dessa mudança. E assim como é preciso reconhecer constantemente comportamentos que acrescentem a esse caminho de transformação, é fundamental que você não permita comportamentos que contrariem as regras organizacionais em relação à inclusão de talentos. Não deixe nenhum comportamento discriminatório passar por você, por exemplo.

 

Dica 6: Dê voz às pessoas para contar suas histórias

Identifique os colaboradores que tiveram sucesso em suas funções, que cresceram, que são líderes e modelos de sucesso. Peça-lhes que compartilhem mais de suas histórias. Esses depoimentos farão com que muitas outras pessoas da organização se identifiquem e acreditem mais em seu próprio potencial.

Como líderes, nossa forma de interagir com cada uma das pessoas será nossa contribuição para construir organizações mais inclusivas e transcender a vida das pessoas. É um processo de melhoria contínua e o mais importante é não ter medo de perguntar a cada uma das pessoas o quanto elas se sentem valorizadas na equipe e o que precisam para crescer e atingir seus objetivos na organização. Lembre-se que o feedback é um presente!

Topics: Diversidade e inclusão, Liderança e equipes, Empresas líderes, Mulheres líderes, Liderança, Habilidades de liderança

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