O mercado, enfim, vem se adaptando aos novos tempos e atualmente já é possível encontrar mulheres em setores historicamente dominados por profissionais do sexo masculino. A realidade está mudando, mas ainda a passos lentos. Apesar de serem a maioria das pessoas com doutorado em diversas áreas, as mulheres brasileiras não estão bem representadas nas posições mais altas das carreiras, especialmente no setor de tecnologia.
Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), até 2024, o Brasil precisará de mais 420 mil profissionais de tecnologia da informação (TI). No entanto, o país forma apenas 46 mil desses profissionais por ano. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), existem mais de 580 mil profissionais de TI no país – dos quais apenas 20% são mulheres.
Essa realidade também pode ser percebida nas universidades das áreas de tecnologia e ciências exatas. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que apenas 13,3% dos alunos de computação e tecnologia da informação e comunicação (TIC) são mulheres.
Nos últimos anos, as principais dificuldades enfrentadas por nós, mulheres, nas carreiras são: o preconceito de gênero dentro das empresas, a falta de representatividade feminina no setor – que seria uma forma de inspirar mais mulheres a trilharem carreiras em tecnologia e de telecomunicações e a falta de oportunidades nos processos seletivos. Para reverter essa situação e promover a equidade de gênero nas empresas, garantir a capacitação das profissionais do sexo feminino é crucial.
Na era digital, a principal forma de superar essas barreiras é a educação, seja técnica, universitária ou por meio do treinamento dos chamados “soft skills”. Além disso, é importante dar voz a outras mulheres para que elas não tenham medo de dar o primeiro passo para tentar ocupar posições de destaque nas empresas.
Se quiser atingir as metas globais de boas práticas de diversidade e igualdade de gênero, o setor de tecnologia precisa olhar para a base, atrair mulheres jovens para as carreiras técnicas de engenharia e computação e incentivá-las a seguir atuando nesse mercado. Também é fundamental tratar a diversidade como prioridade estratégica a fim de reduzir as desigualdades nos ambientes corporativos.
Esses esforços, contudo, não serão efetivos sem a participação e o engajamento dos homens. O envolvimento de todos no processo é mandatório.
Nesse sentido, outro ponto que merece atenção são os fatores sociais que impactam a formação das mulheres, pois ainda são elas quem mais abandonam os estudos, seja para cuidar dos filhos, dos pais idosos ou dos irmãos menores. A carga dos problemas familiares sempre recai sobre as mulheres. Com a grande incidência de abandono e pouco interesse pelas carreiras de tecnologia, o número de formandas da área cai, com impactos diretos no mercado de trabalho.
Nesse contexto, é preciso incentivar as jovens a entrar em cursos de ciências exatas e de tecnologia, além de criar espaços seguros e acolhedores para que elas possam concluir seus estudos. Por sua vez, as empresas de tecnologia também precisam construir ambientes de trabalho favoráveis à atração de mais mulheres para integrar seus quadros. Um exemplo de esforço nesse sentido é o programa Women in Tech, da Huawei, idealizado para impulsionar carreiras femininas e ampliar a participação de mulheres no mercado de tecnologia.
Uma das iniciativas do programa foi a parceria com o projeto Mulheres Positivas, criada para oferecer cursos gratuitos de capacitação em diversas áreas de tecnologia, como inteligência artificial, nuvem e 5G. Com essa ação, a empresa pretende impactar cerca de 5 milhões de mulheres, que terão acesso aos cursos de qualificação oferecidos pela plataforma de educação da Huawei no aplicativo Mulheres Positivas. Em outro projeto, o workshop “5G Para Mulheres”, um circuito de palestras, em formato online e presencial, disponibiliza as bases técnicas da tecnologia 5G para profissionais que desejam se atualizar ou ingressar no mercado.
A equidade de gênero é essencial para as empresas de tecnologia que têm a inovação como principal estratégia de expansão dos negócios. Não há como inovar sem um ambiente diverso, com pessoas que têm diferentes histórias de vida, capazes de trazer novos olhares e perspectivas para um mesmo problema. Por tudo isso, é preciso incentivar, atrair e manter as mulheres no mercado de tecnologia.
Fonte: https://www.revistahsm.com.br/post/o-que-as-mulheres-precisam-para-ter-mais-espaco-em-ti