O que fazer quando um dos seus talentos sai pela porta em busca de melhores oportunidades? Ou quando o mercado não oferece imediatamente o profissional adequado, com habilidades e maturidade suficientes para a função? Junte a isso uma concorrência muitas vezes desleal capaz de atrair colaboradores com modalidades de contratação diferentes. Esses são apenas alguns dos desafios enfrentados pelas empresas de Tecnologia da Informação em um momento no qual a falta de profissionais é considerada preocupante.
E a problemática só aumenta. Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Associação de Empresas de Tecnologia da Informação e da Comunicação e de Tecnologias Digitais, a demanda no setor de TI, até 2025, deve chegar a quase 800 mil novos profissionais no Brasil.
Em todo o mundo, o setor se movimenta para suprir a demanda, mas a conta não fecha. Levantamento feito pela McKinsey, empresa de consultoria empresarial americana, realizado com mais de 1.500 executivos seniores, revelou que 87% das empresas não estão preparadas para lidar com a escassez prevista para os próximos anos. Além disso, 61% dos profissionais de Recursos Humanos, aqueles diretamente ligados aos processos de recrutamento e seleção, acreditam que o maior desafio será a contratação de desenvolvedores.
A solução pode estar dentro das próprias empresas. “Estamos focados em buscar profissionais e promover o sentimento de pertencimento nessas pessoas para que elas queiram ficar aqui e ancorar suas carreiras”, diz Rosely Maximiano, que é People Director – Human Resources na NTT DATA Business Solutions, parte do grupo NTT DATA, um dos principais players globais de TI do mundo e considerada, em 2022, a 9ª melhor empresa para se trabalhar no Brasil pela consultoria Great Place to Work.
Os especialistas em recrutamento concordam que há um duplo desafio: manter os profissionais já preparados dentro da corporação e, ao mesmo tempo, preparar a nova safra, formada por uma geração imediatista. “É preciso mostrar que não somos um lugar apenas para ganhar dinheiro no curto prazo, somos uma empresa de muitas oportunidades e ideal para construir uma carreira de sucesso no médio e longo prazo”, afirma Rosely ao mencionar que a NTT DATA funciona como um celeiro de capacitação profissional. Isso acontece por meio das chamadas academias, que são cursos técnicos oferecidos para o público externo. É uma porta de entrada para o mundo da Tecnologia, já que a passagem pelos módulos pode culminar em contratação.
Em 2022, por exemplo, 10% das contratações da empresa emergiram das academias e, para 2023, o índice deve aumentar para 15%. Outra estratégia é contar com conteúdo ministrado por colaboradores da própria companhia, conforme detalha a People Coordinator - Human Resources da NTT DATA Business Solutions, Fabiane Ferreira. “A maior parte do conteúdo, durante os cursos, é ministrado por colaboradores da própria empresa. As tecnologias mudam e a gente muitas vezes precisa de um profissional com muita senioridade em um tipo de tecnologia que é nova, módulo de SAP, por exemplo. Às vezes, é difícil encontrar porque nem mesmo tem no mercado ainda”, afirma.
Os cursos são abertos para o público externo e aqueles que não são absorvidos diretamente são entregues ao mercado de trabalho. “Sempre foi difícil o processo de contratação no ramo da TI, mas está ficando pior. Por isso temos as academias, que são cursos gratuitos de diversos módulos de SAP, para quem tem conhecimento mínimo de uma linguagem de programação, por exemplo”, completa.
Paralelo a essa iniciativa, que busca suprir a falta de profissionais considerados juniores, a empresa também realiza desenvolvimento interno para projeção de carreira e ainda as academias internas, que proporcionam conhecimento de uma tecnologia adicional para aqueles que não têm, oferecendo uma oportunidade de levarem sua carreira para outro nível.
Fonte: https://saladanoticia.com.br/noticia/41957/como-enfrentar-o-deficit-de-profissionais-na-area-da-ti