Nos anos de pandemia, a saúde mental das mulheres deteriorou muito. As profissionais femininas estão sofrendo mais burnout do que os seus colegas homens, segundo o estudo “Women in the Workplace” de 2021, realizado pela McKinsey em parceria com a LeanIn.Org. Mas, apesar de padecerem de grande estresse e exaustão, são elas que mais trabalham pelo bem-estar dos colaboradores, atuando principalmente em iniciativas de diversidade, equidade e inclusão. Apesar disso, a mesma pesquisa destaca que esse esforço não está sendo reconhecido e nem valorizado pelas empresas.
“O caminho a seguir é claro. As empresas precisam tomar medidas ousadas para lidar com o burnout. Elas precisam reconhecer e recompensar as mulheres líderes que estão impulsionando o progresso. E elas precisam fazer o trabalho cultural profundo necessário para criar um local de trabalho onde todas as mulheres se sintam valorizadas”, conclui a pesquisa.
Conheça cinco iniciativas que empoderam e apoiam as mulheres no mercado de trabalho em diferentes áreas.
A ILKA é uma healthtech e femtech brasileira que cuida da saúde integral da mulher, ao conectar as usuárias com profissionais de saúde. A startup foca no atendimento humanizado e em problemas de saúde comuns ao público feminino, como, por exemplo, os transtornos alimentares.
A empresa foi fundada pela empreendedora Ciça Campos, que após receber alta de um tratamento contra depressão e bulimia decidiu compartilhar conteúdo nas redes sociais para ajudar outras mulheres. Nesse movimento, identificou uma necessidade do público de encontrar profissionais especializados e acolhedores para atender questões íntimas do universo feminino. O nome é uma homenagem à tia-avó da criadora, Ilka Regina Chaves, que morreu aos 78 anos devido à anorexia.
Partindo de experiências pessoais com a síndrome de impostora, Jhenyffer Coutinho criou a startup “Se Candidate, Mulher!”, cujo objetivo é capacitar e empregar mulheres no Brasil. A iniciativa “busca resolver o problema da desigualdade de gênero dentro das organizações por meio da inserção de mulheres no mercado de trabalho”, de acordo com o site oficial da companhia.
Em 2020, o projeto nasceu como uma newsletter com dicas de preparação de currículo e curadoria de vagas. A iniciativa cresceu tanto que logo foi criada uma plataforma de aulas e mentoria de carreira, a SCM Academy. Além de serviços B2C, o projeto contempla soluções para empresas que querem se tornar mais inclusivas.
Michele Denadai enfrentava dificuldades para conseguir um emprego quando estava grávida. Partindo desta frustração, ela criou o Mães Produtivas, startup que pretende mudar o panorama das mulheres que enfrentam dificuldades de contratação devido à gravidez. Por meio de treinamentos na área de Sales Development Representative (SDR), a iniciativa conecta essas mulheres a empresas que precisam de profissionais do setor.
A empreendedora ensina as alunas a entrar em contato com potenciais consumidores e empresas e entender suas necessidades. Como esse trabalho pode ser feito pela internet ou pelo telefone, a posição oferece a flexibilidade que elas precisam no período.
Mesmo com a formação acadêmica, Raquel Santos sentia dificuldades em fazer a gestão financeira do seu pequeno negócio. Com estudos e o desenvolvimento de uma metodologia própria, a empreendedora viu uma oportunidade. De acordo com o Global Entrepreneurship Monitor, 274 milhões de mulheres (42,6% na proporção) estão envolvidas no empreendedorismo de startups.
A plataforma, iDelas, dá suporte na gestão financeira para mulheres empreendedoras e usa a gamificação para isso. A iniciativa ajuda as profissionais a calcular os preços dos seus produtos e serviços, gerenciar cobranças, conciliar contas, bater suas metas, entre outras questões. O projeto também tem o objetivo de evitar que startups lideradas por mulheres fechem por falta de conhecimento de gestão financeira, principalmente entre o público feminino.
Para reduzir a falta de profissionais femininas no ramo de desenvolvimento web, as empreendedoras Mariana Costa e Gabriela Rocha criaram o bootcamp Laboratoria em Lima, Peru. A startup logo cresceu e se expandiu para o Chile, México, Brasil e Colômbia, capacitando mulheres por toda a América Latina para integrarem o mercado de tecnologia.
Ao longo de seis meses, as mulheres fazem uma imersão no universo do desenvolvimento web e design de experiência de usuário. Para além das técnicas de javascript, as alunas aprendem soft skills e habilidades socioemocionais. De acordo com o site oficial da iniciativa, o programa, com 85% de empregabilidade, já formou mais de 2.500 mulheres e as empregou em mais de mil empresas parceiras.